quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Capítulo 21 - Um casal de namorados curiosos
A pequena casa geminada, na Vila Mariana, estava às escuras. Mas o instinto
alerta do casal de Karas indicou que havia alguma coisa errada.
Magrí e Crânio passaram em frente à casa, abraçados, fingindo-se de
namorados (essa, é claro, foi uma ideia do Crânio).
Não se notava nenhum movimento na casa, mas, lá de dentro, ouviam-se
sussurros que poderiam ser percebidos até por quem não estivesse prestando
atenção:
— Bzzz... bzzz... bzzz...
— Hein?
— Bzzz..- bzzz... bzzz...
— Hein? Não estou entendendo nada!
— O camarada está demorando!
— Fala baixo, seu cretino!
— Bzzz... bzzz... bzzz...
— Hein?
O casal de namorados continuou andando. Na esquina, um grande carro
negro estava estacionado. Dentro, dava para perceber um vulto de sentinela.
Crânio e Magrí aproximaram-se um pouco mais do carro e Crânio aproveitou
para "representar" um namorado mais entusiasmado. (O que estragava eram
aqueles arames que Calú tinha botado na boca de Magrí...)
Dentro do carro, a enorme sentinela dormia um sono de roncar. Pronto. Os
Karas estavam à vontade para investigar a casa.
Com a agilidade de campeã de ginástica olímpica do Colégio Elite e a
esperança de medalha de ouro para o Brasil nas próximas Olimpíadas, Magrí
escalou a parede da casa e deslizou sobre o telhado. Como se estivesse num
exercício de argolas, pendurou-se no beirai do telhado pelas pernas, jogando a
cabeça para baixo. Assim, dependurada como um morcego, Magrí viu, através
da veneziana, dois vultos imensos. Viu e pôde entender melhor os sussurros.
— Eu acho que o tal Mário não vai aparecer — dizia o Animal.
— Como não vai aparecer?! — argumentava o Coisa. — Ele mora aqui!
— Eu sei que ele mora aqui, mas está fugindo.
— É claro que está fugindo. Mas, para onde?
— Como é que eu vou saber? Se eu soubesse, ia lá e liquidava com ele!
— É bom a gente liquidar com ele logo. Você ouviu o Doutor Q.I. Ele quer a
cabeça com caspas do tal Mário. Ou vai querer a cabeça da gente em troca!
— Então, pense! Para onde pode ter fugido o sujeito?
— Eu penso, eu penso o tempo todo — explicou o Coisa. — Mas acontece que
eu não sou detetive!
— Veja bem: a gente perseguiu o tal Mário até à praça do Patriarca, lembra?
— Lembro. Daí ele correu pela rua da Quitanda...
— Virou à direita na 15 de Novembro e...
— E aí tinha um tal Zé da Silva assaltando um banco e berrando que era o
assaltante mais perigoso do Brasil!
— E aí a gente foi em cana, né?
— É...
— Junto com o tal Zé da Silva. Sorte que tem aquele detetive que está do
nosso lado, né?
— É...
— Aí o Zé da Silva ficou em cana e a gente foi solto, né?
— É...
— E agora?
— Agora o quê?
— Como é que a gente vai pegar o tal Mário Caspinha?
— Sei lá. Acho que ele nem vai aparecer por aqui.
— Também acho.
— Então, que é que adianta a gente ficar aqui, no escuro?
— Não sei. Mas, se a gente sair daqui, aonde vamos procurar?
— Pense: pra onde pode ter ido o tal Mário?
— Não sei. A gente estava perseguindo ele lá na praça do Patriarca...
— Isso você já falou. E depois?
— Depois a gente foi em cana.
— É...
Magrí achou que aquela conversa não tinha futuro. Ergueu o corpo, segurou
no beirai agarrando-se numa calha de cobre e deixou o corpo cair suavemente.
Foi aí que a velha calha cedeu: cract!
— O que foi isso? — perguntou o Animal.
— Foi um cract! — explicou o Coisa...
— É claro que foi um cract! Venha!
Estabanadamente, os dois bandidos abriram a porta da casa de Caspérides e
precipitaram-se para o pequeno jardim.
— Aqui não há nada — disse o Coisa. — Só aquele casal de namorados.
— Vamos perguntar a eles se viram alguma coisa!
— Ei, psiu! Vocês aí! Viram alguma coisa?
O rapaz desgrudou-se da moça e disse, com a cara mais inocente do mundo:
— Hum... o quê?
— Vocês viram alguma coisa?
— Que coisa?
— Sei lá. Qualquer coisa!
— Não vimos nada diferente...
— Não ouviram um Cract?
— Cract? Acho que não...
O Animal estava desnorteado:
— Acho melhor a gente voltar para o carro.
— É melhor mesmo.
E lá foram os dois grandalhões, discutindo pela rua, enquanto o casal de
namorados se esgueirava para o jardim da casa.
Com alguma dificuldade, Magrí conseguiu forçar uma janela. Crânio entrou
em seguida.
Com a ajuda de uma lanterna que encontraram na cozinha, procuraram
avidamente por alguma pista do morador ausente.
Não foi difícil encontrar uma pasta volumosa, na qual estava escrito: Droga
da Obediência.
Debruçados sobre a pasta, leram as anotações do bioquímico. E o que leram
os fez tremer.
Antes de sair, Crânio retirou uma foto de Caspérides que havia em um portarretratos.
Encostaram a janela pelo lado de fora e sumiram na noite.
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Que misterioso eu estou ficando muito curiosa
ResponderExcluirhe he
ExcluirE eu com isso
ResponderExcluirHey,CJ
ResponderExcluirO crânio vai ser capturado
ResponderExcluirNão ele não vai seu limeirense idiota
ResponderExcluirNossa não precisa ser mau educado
Excluirbzzzzzzzzzzz bzzzzzzzzzzzzz
Excluircaraca lumena!
Excluiropa limeirense é bom ummm
ResponderExcluircaraca pra que agredir kkkkk
ResponderExcluiralguem me explica esse capitulo
ResponderExcluiralguém de 2024
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